quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Sou nutricionista, e agora?

(uma profissão com um futuro saudável ou uma epidemia descontrolada?)

A Direcção-Geral de Saúde (DGS) passou a considerar a obesidade «como doença crónica, que pode atingir homens e mulheres de todas as etnias e de todas as idades e requer estratégias de longa duração para a sua prevenção e gestão efectivas».

Mas, ainda assim, agora, apenas a certeza de um futuro incerto, face à realidade portuguesa.
Os números indicam que dos 356 centros de saúde existentes, apenas em 52 se encontram nutricionistas, distribuídos de forma desigual pelas várias regiões do país.
Existindo um nutricionista por cada 183 mil portugueses é fácil prever que o tempo de espera é longo e o desânimo crescente.
Situação curiosa, quando parece óbvio existir uma associação inversa entre o número de nutricionistas que existem nos centros de saúde, locais de cuidados de saúde primários, e a obesidade.
O problema não reside na falta destes profissionais, mas do difícil acesso à carreira apesar de todos os alertas feitos junto às entidades governamentais.
Outras possíveis medidas de combate passam pela colocação de um nutricionista nas autarquias para supervisionar os serviços de restauração, os alimentos disponíveis nas cantinas e bares e a actividade física nas escolas e na comunidade;
É necessário ainda alertar a comunidade e esclarecê-la sobre a importância dos nutricionistas e o seu papel, porque uma população esclarecida tem mais condições de exigir os seus direitos.
É triste perceber que ainda existem muitas pessoas que não fazem ideia de qual a importância deste profissional de saúde: “se os rótulos trazem lá tudo bem especificado, afinal eles não são precisos para nada!”
Mas um nutricionista não intervém apenas nesta patologia mas em muitas outras, onde os seus conhecimentos são essenciais.

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